Primeira versão para o cinema da obra de Ariano Suassuna. Narrada pelo palhaço, é a história de João Grilo, homem do povo, esperto, vivo, inteligente, empregado de um casal rico – o padeiro e sua mulher – que inventa o testamento de um cachorro, suborna o sacristão, o padre e o bispo para que o cão seja enterrado com acompanhamento em latim. O dinheiro do testamento do cachorro gera pecados – avareza, simonia, adultério, roubo – e a punição de todos através da figura de um justiceiro, encarnado por um cangaceiro e seu bando, que invade a cidade, mata todos e morre também. No céu, haverá o julgamento coletivo, tendo um Cristo negro como Juiz e a Compadecida – Nossa Senhora – como advogado de defesa. João Grilo, que já enganara todos na terra, com sua esperteza engana a todos também no céu, conseguindo convencer ao próprio Cristo permiti-lo voltar ao mundo dos vivos. (Guia de Filmes, 23) (Cinemateca Brasileira)